Aconteceu nesta quinta-feira 17/05. ás 19:30h na Câmara Municipal de São João Nepomuceno, a assembleia do conselho votante do Hospital São João. Em pauta a necessidade segundo os mesmos da venda de um terreno localizado atrás do hospital e um imóvel onde funcionava a fisioterapia daquela instituição á Rua Domingos Henriques de Gusmão para sanar dívidas financeiras. Abaixo alguns tópicos da reunião :
QUÓRUM : Dos aproximadamente 139 sócios que têm poder de voto , menos de cinco (05) compareceram, caracterizando a falta de quórum. Anteriormente a mesma assembleia já havia sido abortada por não ter sido publicado o edital de convocação da mesma dentro do prazo legal. O número de presentes na assistência foi também mínimo: Menos de 10 (dez) pessoas.
PODER DE DECISÃO MESMO SEM QUÓRUM : Mesmo com o número reduzido , o provedor em exercício Sr. Rogério Vilela anunciou que a diretoria tem AUTONOMIA para decidir sobre a venda sem consulta aos conselheiros, mas que preferiu divulgar de forma ampla para a comunidade.
IMPRENSA: Compareceram representantes do Site RKF, Jornal Voz de São João e Rádio Transamérica somente durante toda a reunião.
PAUTA : Presentes compondo a mesa os senhores Isaías Sporch de Freitas, Secretário de Saúde Municipal, Rogério Mota Vilela, provedor em exercício do HSJ, Eduardo Abreu – tesoureiro e a gerente administrativa do Hospital São João Luciane Vieira Dutra, além do Sr. Alex Geraldi. Foi explanado por todos a necessidade de venda dos referido imóvel e terreno para sanar, segundo opinião dos mesmos situações emergenciais como dívidas contraídas em 2016 com comerciantes locais e quitação de uma dívida com a Caixa Econômica Federal no valor mensal de R$ 24.800,00 ( valor total restante cerca de R$863.000,00). Foi exposto pelo Sr Isaías, que a dívida hoje do Hospital São João gira em torno de R$ 4.700.000,00 (Quatro milhões e setecentos mil reais) e que a população tem sido fundamental para manutenção de diversos serviços, citando também que as compras de alimentação praticamente são “bancadas” pelo povo que tem se mostrado solidário, mas que somente esta situação não é suficiente.
QUARTEIRÃO DA SAÚDE e NOVA POLICLÍNICA : O Secretário de Saúde manifestou sua ideia de que com venda do terreno, seja construída no local a nova policlínica da cidade, e talvez até mesmo absorvendo o futuro PSF São José ( cujo local o mesmo definiu como íngreme, sem condições ideais de atender a população do bairro). Sobre o PSF continuou o secretário a informar que foram liberados R$ 680.000,00 para a conclusão da obra mesmo contra a sua vontade.
AVALIAÇÃO DOS IMÓVEIS : De acordo com informações do Sr. Eduardo Abreu, foram realizadas 04 avaliações dos referidos imóveis a seguir.
Terreno : R$ 600.000,00 , R$ 410,000,00, R$ 580.000,00 e R$ 700.000,00 respectivamente.
Prédio da Fisioterapia: R$ 650.000, R$ 400.000,00, R$ 615.000,00 e R$ 400.000,00.
PREFEITURA SERIA A COMPRADORA DO TERRENO DO HOSPITAL : Apesar de ainda não haver proposta oficial formalizada, portanto sem informação se o valor seria pago á vista ou de forma parcelada pela prefeitura, informou o secretário que o valor total da obra “Nova Policlínica” giraria em torno de R$2.000.000,00 e que seria edificada com recursos oriundos de parte dos R$ 6.000.000,00 repassados aos cofres públicos pela COPASA. Já a o prédio da fisioterapia seria colocado á venda . Salientou o secretário de forma veemente que em “hipótese alguma ele irá se apresentar para compra deste imóvel”, já que ocupa hoje um cargo de confiança na pasta da saúde do município.
MANIFESTAÇÕES : Durante a assembleia , alguns cidadãos expuseram seu pensamento e abaixo destacamos alguns que achamos mais contundentes e importantes :
Dr. Antônio José Ferraz ( Ex- Vice -Prefeito): Foi o primeiro a pedir a palavra e discordou do secretário de saúde , dizendo que o hospital está no contexto do ” entrave da saúde”, ou seja o financiamento da saúde como um todo, que não se pode comparar o atendimento hospitalar com o de PSFs e Policlínica, segundo ele ” níveis de atenção completamente diferentes” e que na sua opinião a venda seria “inadmissível”, que se deveria preservar o espaço físico do hospital e somente ampliá-lo, citando ainda o exemplo de a construção de um setor de quimioterapia no local.
VEREADOR FRANCISCO BAPTISTA DE OLIVEIRA : Único vereador presente na Câmara Municipal, solicitou a informação do valores presumido dos imóvel e terreno e expôs sua preocupação de que as medidas não resolveriam de forma integral os problemas financeiros da instituição.
Roberto Nicodemos : Citado pela mesa diretora, como sendo um “leão” na missão de angariar fundos para a entidade, o mesmo expôs seu pensamento de que apesar de todas as tentativas, o hospital continua com dívidas imensas e que na sua opinião uma nova instituição deveria ser criada, com outro CNPJ, livre de endividamentos, podendo utilizar “novas linhas de crédito” para sua organização e manutenção.
Dr. Helir Campos Rodrigues: O advogado renomado na cidade, alertou que o imóvel do Hospital São João é impenhorável, mas ao se realizar o desmembramento, a parte vendida se torna penhorável e que “qualquer expropriação da prefeitura não irá para o hospital “. Alertou á diretoria para que analisasse novamente com o departamento jurídico da entidade para que não tomassem medidas que possam se tornar prejudiciais juridicamente no futuro. Disse também que na sua opinião não estão esgotadas todas as negociações na esfera política e diretoria da Caixa Econômica Federal em Brasília e citou casos anteriores de outras negociações comerciais ( de particulares ) em que ele obteve sucesso estando á frente das mesmas.
Elise Bertelli : Funcionária do Banco do Brasil comungou da opinião do advogado citando alguns exemplos de sucessos obtidos através de negociações naquela instituição financeira no alto escalão da diretoria em Brasília.
Finalizando o Sr, Rogério Vilela disse que reunirá com a diretoria do hospital, desta feita de forma fechada para decidir se convocará outra assembleia ou se somente a diretoria (segundo suas informações , a mesma tem autonomia para tal ) decidirá sobre todo esse imbróglio.
REPORTAGEM KADU FONTANA