No dia 8 de dezembro de 2020 chegou ao fim o trabalho da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Cataguases que apurou possíveis irregularidades no Cemitério Municipal São José. Na ocasião foram investigados o sepultamento de pessoas em túmulos de terceiros, vendas irregulares de túmulos, entre outras prováveis anormalidades.
Menos de um ano depois, novo caso neste sentido veio a público nesta sexta-feira, 1º de outubro, desta vez pelos filhos de Cirlei Paiva Pedro, sepultada no dia 23 de setembro de 2018, sendo que seus restos mortais, nem o túmulo em que foi sepultada foram encontrados naquele cemitério.
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Michael Paiva Lourenço e sua irmã (foto principal) foram até lá nesta sexta-feira para transferir os restos mortais da mãe para um túmulo definitivo que a família adquiriu em outra cidade. Ele conta que foram orientados previamente como proceder pelo atual administrador do estabelecimento – “compramos inclusive a caixa para o traslado”, disse – mas, na hora de fazer o procedimento o túmulo não foi localizado. Michael contou também que o responsável pelo cemitério não soube explicar o que aconteceu porque à época do sepultamento não trabalhava no local.
Quando Cirlei Paiva morreu a família não comprou o túmulo para sepultá-la porque o cemitério havia paralisado este procedimento devido à falta de espaço para abertura de novos jazigos. Assim, Michael e seus familiares tiveram que alugar uma sepultura (foto acima) para a mãe por três anos, prazo que se encerrou no último dia 22 de setembro. Dessa forma, os familiares se reuniram e, como ainda não foi retomada a venda de túmulos no cemitério local, decidiram levar os restos mortais da mãe para o cemitério de outra cidade para ser sepultada em definitivo.
Inconformado com a situação, ele também disse que o documento utilizado para sepultar sua mãe estava rasurado (foto acima), que fez um Boletim de Ocorrência na Polícia Militar, e que não vai “medir esforços para encontrar os restos mortais de sua mãe, inclusive, com certificação por meio de teste de DNA”, completou. O surgimento de novos casos de irregularidades no Cemitério já era esperado desde o início da CEI, em meados de 2020, porque nunca chegou-se a um número final e conclusivo de túmulos adulterados, até porque para isso acontecer é preciso que a família denuncie. O Secretário Municipal de Serviços Urbanos, Carlos Henriques Pires Júnior, a quem o Cemitério São José está subordinado, não retornou as ligações. O espaço está disponível para publicar suas considerações.
Fotos: Acervo Michael Lourenço
Fonte : Site do Marcelo Lopes