A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) esclareceu a morte de uma mulher trans, de 25 anos, que estava desaparecida desde o dia 4 de janeiro, no município de Ubá, na Zona da Mata mineira. Após trabalhos investigativos, nessa terça-feira (7/2), dois suspeitos, de 28 e 29 anos, foram presos temporariamente pela prática de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Durante buscas realizadas para arrecadar materiais de interesse da investigação, uma ossada humana, supostamente da vítima, também foi localizada, ontem, em um córrego no município vizinho, Tocantins. Os materiais genéticos, inclusive de familiares, estão sendo coletados e serão encaminhados ao Instituto Médico Legal Dr. André Roquette, unidade da PCMG em Belo Horizonte, para realização de exame de comparação de DNA.
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“No local onde encontramos a ossada, foi localizada a roupa que a vítima estava vestindo quando foi vista pela última vez. Além disso, também foram encontrados um chinelo, documentos e um aparelho celular que seria dela”, informou o delegado Douglas Motta.
Os investigados foram encaminhados ao sistema prisional e permanecem à disposição da Justiça.
Investigações
Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (8/2), Douglas Motta falou sobre a apuração dos fatos. Segundo ele, assim que a PCMG tomou conhecimento do desaparecimento, foram iniciadas diligências para tentar localizar a vítima. “Durante as investigações, constatou-se que a mulher trans havia sido assassinada”, explicou o delegado, informando que levantamentos da PCMG apontaram que uma mulher trans, de 28 anos, é suspeita de ser a mandante do homicídio e o namorado dela, de 29, o executor do crime.
Apurações da Polícia Civil apontaram que a vítima foi vista pela última vez entrando no interior do veículo do homem, na Praça Getúlio Vargas, em Ubá, indo sentido à cidade de Tocantins. Investigações preliminares indicam que a vítima teria sido executada com disparo de arma de fogo desferido na região frontal da cabeça.
O crime teria acontecido por motivo de vingança, em virtude de desavença ocorrida anteriormente, em novembro do último ano, quando houve uma briga entre a vítima e a investigada.
As investigações prosseguem. “Não descartamos a possibilidade de eventual partícipe nesse fato”, ressaltou Douglas.
Repressão
Ainda durante a entrevista coletiva, o delegado regional em Ubá, Diêgo Candian Alves, destacou sobre as apurações de homicídios no município. “Além de investigações qualificadas realizadas neste ano, como essa, enfatizamos que, em 2022, foram esclarecidos 87% dos crimes contra a vida”, informou Diêgo ao ressaltar que outras apurações se encontram em andamento e a PCMG segue trabalhando diuturnamente com o objetivo de encaminhar os procedimentos apuratórios ao sistema judiciário com esclarecimentos de autoria e de materialidade.
Reportagem Kadu Fontana com informações da PCMG