Para marcar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste sábado (2/4), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a importância do diagnóstico e tratamento precoce. Esses fatores podem reduzir consideravelmente as dificuldades que o indivíduo possa vir a enfrentar ao longo da vida.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode estar presente desde o nascimento ou começo da infância. Caracteriza-se por prejuízos na comunicação, na interação social, além de um padrão rígido e repetitivo de comportamento. O diagnóstico é clínico e deve ser realizado por equipe multiprofissional capacitada.
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Em Minas Gerais, existem 145 serviços de reabilitação intelectual que oferecem tratamento às pessoas com deficiência intelectual, assim como às pessoas com transtorno do espectro do autismo. Desses, 133 são Serviços Especializados em Reabilitação da Deficiência Intelectual (Serdi), e 12 são Centros Especializados em Reabilitação (CER). Os Serdi são serviços que atendem apenas a deficiência intelectual, enquanto os CER são serviços que atendem mais de uma modalidade de deficiência. Todos os serviços realizam a avaliação, diagnóstico e acompanhamento dos usuários.
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Além disso, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o cuidado às pessoas com diagnóstico de autismo é transversal nas diversas Redes de Atenção à Saúde. Cristina Guzmán Siácara, psicóloga e especialista em Políticas e Gestão de Saúde da Diretoria de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da SES-MG, explica que, em relação à Rede de Atenção Psicossocial (Raps), existem atualmente, na esfera da Atenção Secundária, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que constituem um serviço estratégico. “O Caps é formado por equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e realiza atendimento às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e às pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo”, afirma.
Ainda segundo Cristina Guzmán, a detecção precoce para o risco de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma ação importante a ser realizada pelos profissionais de saúde que realizam atendimento a criança e avaliam o seu desenvolvimento nos diversos serviços da Rede de Atenção à Saúde. “Desde a primeira infância podem ser percebidos alguns sinais de alerta, como evitar contato visual ou não responder ao ser chamado pelo nome, fazendo-se necessário que haja uma intervenção em tempo oportuno, mesmo sem o diagnóstico estabelecido”, informa.
O tratamento é individualizado de acordo com o espectro apresentado por cada indivíduo. Alguns dos objetivos do tratamento em crianças são minimizar déficits na comunicação e interação, aumentar a independência, prevenir comportamentos repetitivos e restritos. A prescrição medicamentosa depende dos sintomas apresentados e da necessidade clínica avaliada pela equipe multiprofissional, sendo que não há medicação específica.
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Redes
A oferta de cuidado, no âmbito do Centro de Atenção Psicossocial, é desenvolvida por intermédio de Projeto Terapêutico Singular, envolvendo em sua construção a equipe multiprofissional, o usuário e sua família, garantindo permanente processo de cogestão e acompanhamento longitudinal do caso.
Os Caps oferecem, dentre outros recursos terapêuticos, atendimentos individuais e em grupo, atendimento à família, atividades de suporte social e inserção comunitária, oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, de forma articulada com os outros pontos de atenção da rede de saúde e das demais redes.
Além das intervenções e tratamentos adequados, a falta de informação é outro aspecto que deve ser enfrentado para o tratamento eficaz de pessoas com TEA. É de grande importância que a sociedade elimine o preconceito, que muitas vezes é a maior barreira para a convivência digna e saudável que todos os indivíduos merecem. Através da informação e compreensão do que é o TEA em seus diversos espectros podemos colaborar para a diminuição do preconceito.
Para subsidiar a atenção à saúde mental das pessoas com TEA na RAPS, em 2015 o Ministério da Saúde publicou a linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde. “Esse documento tem sido um norteador para a organização assistencial e para diretrizes de cuidado, auxiliando os gestores e profissionais de saúde”, destaca Cristina Guzmán.
Para mais informações de como acessar os serviços da Rede de Atenção Psicossocial em Minas Gerais, acesse o site.
Reabilitação intelectual
Já no âmbito dos Serdi e CER, o acesso aos serviços de reabilitação intelectual o usuário pode ser obtido por meio das Secretarias Municipais de Saúde. A partir daí, com a atuação das Juntas Reguladoras, ocorrem os encaminhamentos para os serviços. Documentos necessários:
Clique aqui para mais informações.
Prevalência
Estudos epidemiológicos recentes feitos nos EUA indicam que uma em cada 54 crianças preenchem os critérios para o diagnóstico de TEA. A prevalência também é maior em indivíduos do sexo masculino, sendo de quatro meninos para cada menina.
A partir da Lei Federal nº 13.861, de 18 de julho de 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve inserir perguntas sobre o autismo no censo demográfico, o que permitirá maior grau de conhecimento sobre o grupo de pessoas com TEA e formulação de políticas públicas.
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-V, o grau de autismo é medido pela gravidade do comprometimento. O TEA apresenta graus variados, do nível leve, moderado ao severo, assim como apresenta diversas comorbidades, tais como, deficiência intelectual, transtornos depressivos e de ansiedade, dentre outros. Por isso é denominado de Espectro do Autismo já que cada pessoa afetada apresenta uma grande variedade de sinais e sintomas, com diferentes níveis de gravidade.
Fonte: Agência Minas