Sob pressão e temendo uma nova greve dos caminhoneiros, o Governo Federal suspendeu a tabela de frete publicada pela Agência Nacional dos transportes Terrestres (ANTT). A resolução da agência foi publicada na quinta-feira (18/7). Os valores eram menores que o esperado pela categoria, que começou a se articular para fazer paralisações.Os veículos que estavam estacionados ás margens da BR-116 em Muriaé e Leopoldina começaram a seguir viagem .
Um dos representantes dos caminhoneiros, Wallace Landim, mais conhecido como Chorão, fala em esperar até quarta, como o governo quer, para que a tabela de frete da ANTT seja oficialmente suspensa. Ele alerta, porém, que o clima é pior que quando a categoria cruzou os braços em maio de 2018, durante o governo Temer.
Estamos esperando até quarta, com a categoria. Essa semana, temos que resolver a planilha de uma vez por todos. A cetegoria está toda insatisfeita. Até agora, nada que a gente conquistou foi aplicado. Essa semana é decisiva. Temos que resolver de uma vez por todas. O que a categoria deliberar eu vou ter que aceitar. Mas, temos uma porta aberta com o ministro e ele pediu até quarta-feira. Estamos respeitando esse espaço”, afirmou Chorão.
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Por outro lado, a liderança mede um clima desfavorável para o governo. “Creio que chegou em uma situação que está pior que no dia 21 do mês 5 de 2018. A única coisa que está vigorando é o eixo suspenso. Ganhamos o direito de cooperativas carregarem 30% da carga da Conab. Isso não está acontecendo. O autônomo mesmo, nunca carregou. Uma lei para ajudar, facilitar para o autônomo, e até agora nada. Os R$ 30 mil para manutenção com juros de 15% ao ano também não foram implementados como conversamos”, desabafou.
Resposta
Por meio de nota, o Ministério da Infraestrutura pediu que a ANTT “delibere sobre a suspensão cautelar da resolução que instituiu o novo piso mínimo para o frete do transporte rodoviário de cargas”. “Uma audiência extraordinária está marcada para às 18h desta segunda-feira (22/7) e uma nova rodada de reuniões com representantes do setor e do governo acontecerá nesta quarta (24/7)”, garante o texto.
O ofício foi assinado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Segundo a nota divulgada para a imprensa, consta no documento que “foi observada ‘uma insatisfação em parcela significativa dos agentes de transporte” e que “diferenças conceituais quanto ao valor do frete e o piso mínimo que pode repercutir na remuneração final dos caminhoneiros devem ser novamente discutidas com a categoria”.
O ministro ainda ressaltou que usará o diálogo para buscar “consenso consenso no setor de transportes de cargas”. “Por isso a importância em dar continuidade às reuniões. Estamos desde o início do ano com as portas abertas no ministério e esta tem sido a melhor forma de dar transparências às decisões que estão sendo tomadas em conjunto”, afirmou Tarcísio Freitas.
FONTE : CORREIO BRAZILIENSE