Governo anuncia acordo para suspender a greve por 15 dias

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Governo anuncia acordo para suspender a greve por 15 dias

Após uma tarde de reunião com os caminhoneiros, o governo anunciou um acordo para suspender a greve da categoria por 15 dias. O acordo prevê que o desconto de 10% sobre o preço do diesel será mantido por 30 dias – período maior que os 15 dias oferecidos ontem pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente.

“O que estamos acordando é que o preço ficará fixo no patamar definido pela Petrobras por 30 dias. Nos primeiros 15 dias, voluntariamente proposto pela Petrobras, e, a partir do 16º dia, o governo irá pagar”, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.

O acordo prevê ainda que a Petrobras vai assegurar periodicidade mínima de 30 dias para eventuais reajustes do combustível nas refinarias. “Nos momentos em que o preço cai e fica abaixo do preço fixado para o diesel na refinaria, a Petrobras passa a ter um crédito que vai reduzir o custo do Tesouro”, disse Guardia.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, negou que essas medidas representem uma intervenção na política de preço da Petrobras. “A política de preços continua intacta até a porta da refinaria. Depois, o governo propõe uma política de preços de acordo com a realidade brasileira.”

A Petrobras elogiou o acordo negociado. “Do ponto de vista da empresa, o ressarcimento proposto pela União preserva integralmente a política de preços da companhia ao mesmo tempo em que viabiliza maior previsibilidade para os consumidores.”

Padilha afirmou ainda que como parte do acordo a tabela de fretes será editada a cada três meses e que o governo vai tratar com os Estados a não cobrança do eixo suspenso em caminhões vazios.

De acordo com os ministros, os representantes dos caminhoneiros aceitaram dar uma trégua de 15 dias na greve. Depois deste período, as partes voltam a se reunir para negociar as reivindicações da categoria.

Caminhoneiros divididos

Apesar do anúncio do acordo com entidades de representação dos caminhoneiros, não há certeza de que a greve será encerrada. Nélio Botelho, presidente Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Rio de Janeiro, diz que não reconhecesse esse acordo.

“Estamos todos revoltados, quem não participou da reunião está discordando de tudo o que foi decidido com o governo. Não vamos apoiar esse absurdo. Recusamos e vamos avisar aos caminhoneiros para não desmobilizar. Esse acordo não resolve o problema de ninguém”, afirmou ele a VEJA.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não participou da reunião. Seu presidente, José da Fonseca Lopes, abandonou a reunião logo no início dizendo não concordar com os termos do acordo que estava sendo desenhado.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, minimizou a ausência de Fonseca e afirmou que o acordo foi fechado com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a qual a Abcam é filiada. “A forma como ele saiu, as palavras que ele usou abandonando a reunião, mostraram que ele nunca deveria ter entrado [na reunião].”

FONTE : VEJA

(Com Reuters)

Kadu Fontana
Kadu Fontana
Jornalista registrado no MTE desde 2014 , radialista, e proprietário do Portal RKF. www.instagram.com/kadufontana/

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