Um macaco foi encontrado caído ás margens da rodovia MG-126 entre Bicas e Mar de Espanha nesta quarta-feira 12 de junho.De acordo com informações da Polícia Ambiental de Mar de Espanha ao Portal RKF, o animal foi atropelado, teve traumatismo craniano, trauma no peito e pulmões, mas estava consciente. Os militares receberam a informação por volta de 09 horas da manhã desta quarta-feira 12 de junho, e fora para onde estava o macaco.
Lá foi feita a imobilização do animal, (uma fêmea) que foi colocado em uma caixa transportadora e o conduzido para o CETAS do IBAMA em Juiz de Fora. A médica veterinária que acompanhou a ocorrência realizou os exames e informou aos militares sobre o estado dele.
É macaco uma espécie Bugio, fêmea e está em risco de extinção. Ela está medicada e aguardando exames complementares que serão realizados na sexta-feira 14 de junho.
O PORTAL RKF entrou em contato com o setor de Zooneses da Prefeitura de Bicas que acompanhou também todo o desenrolar do caso, inclusive deslocando uma equipe para o local. O animal já havia sido recolhido pelos militares.
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O bugio, também chamado de guariba e macaco barbado, faz parte do grupo dos macacos do gênero Alouatta: arborícolas, de hábitos herbívoros, corpo forte e cauda longa. Sua característica mais marcante é o som emitido pelos machos que pode ser escutado a longas distâncias. A classificação do Bugio é:
A vocalização destes animais varia conforme a informação que deseja ser passada, o filhote emite sons curtos e prolongados, enquanto dos jovens e das fêmeas são entrecortados e graves. Podem indicar que está na hora de andar, alimentar-se, ficar em alerta ou chamar a fêmea para o acasalamento. Os sons emitidos podem se assemelhar a gritos, latidos, rugidos e ao roar.
O macaco bugio pode ser encontrado no Brasil desde o sul da Bahia até Rio Grande do Sul sempre próximo a regiões florestais. No exterior é visto ao norte da Argentina, na região de Misiones. Alguns estudos indicam a presença do grupo no México e até mesmo região de savana.
Seu comprimento pode variar entre 30 a 75 cm e sua pelagem consiste em tons de marrom e ruivo. Durante o deslocamento utilizam a cauda preênsil para auxiliar, andam de forma vagarosa e utilizam metade do seu dia para o repouso. São animais sociais, vivendo em grupos familiares, geralmente, de 3 a 15 indivíduos, mas podendo chegar a 40 indivíduos, sempre liderados por um macho.
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Das relações sociais praticam a catação entre os indivíduos como forma de estreitar laços e demonstrar submissão. A reprodução acontece o ano inteiro e a gestação dura, aproximadamente, 5 meses, nascendo normalmente apenas 1 filhote. Este filhote ficará sob os cuidados da mãe até tornar-se independente. Os machos podem ser expulsos do bando pelo líder e passam a viver sozinhos. Caso encontrem uma fêmea, poderão formar um novo grupo, mas geralmente fêmeas não saem dos grupos e não são expulsas. A alimentação é basicamente de folhas, mas ingerem flores e frutos.
Os bugios estão descritos na literatura em 4 espécies. Duas delas apresentam risco de extinção. A principal causa para a extinção destes animais é a caça predatória por causa da carne, utilização de sua pele, o desmatamento e a morte dos indivíduos por pessoas que moram próximas a áreas de proteção ambiental onde estes animais se encontram por considerar erroneamente que eles transmitem a febre amarela.
Reportagem Poirtal RKF