A empresa Johnson & Johnson anunciou que vai suspender a venda de talco para bebês no mundo todo a partir de 2023, após uma série de reclamações questionando a segurança do produto. O produto, que já não é mais comercializado nos Estados Unidos nem no Canadá, vem sofrendo milhares de ações por mulheres que teriam desenvolvido câncer de ovário após o uso regular do talcoEm nota, a farmacêutica norte-americana informou que tomou a decisão de substituir o talco por amido de milho no produto infantil, depois de ser alvo de cerca de 38 mil ações judiciais.
O talco contém amianto, uma substância cancerígena proibida no Brasil e em muitos outros países. Nesta sexta-feira (12/8), a J&J sustentou que deixará de vender o pó a base de talco como parte de uma avaliação de portfólio mundial. Ainda segundo a farmacêutica, a empresa tomou a decisão de substituir o talco por amido de milho no produto infantil.
continua após a publicidade
“Avaliamos e otimizamos continuamente nosso portfólio para melhor posicionar os negócios para o crescimento de longo prazo”, afirmou. “Essa transição ajudará a simplificar nossas ofertas de produtos, fornecer inovação sustentável e atender às necessidades de nossos consumidores, clientes e tendências globais em evolução.”
“A nossa posição sobre a segurança do pó cosmético permanece inalterada. Apoiamos fortemente as décadas de análise científica por médicos especialistas em todo o mundo, confirmando que o pó de talco para bebês, da Johnson, é seguro, não contém asbesto e não causa câncer”, disse a farmacêutica.
A empresa enfrenta outros problemas legais nos EUA e concordou, no início deste ano, em pagar milhões de dólares a vários estados, juntamente com outros grandes distribuidores de medicamentos, assumindo a responsabilidade na crise dos opiáceos.
continua após a publicidade
Nas últimas duas décadas, a morte de mais de 500 mil norte-americanos foi associada a overdoses de opiáceos, incluindo analgésicos prescritos e drogas ilícitas, como heroína e fentanil produzido ilegalmente.
Especialistas explicam que as doenças mais comuns ligadas ao amianto são a asbestose, um tipo de pneumoconiose, e o mesotelioma, um tipo de câncer. A asbestose é conhecida como “pulmão de pedra” e aos poucos a capacidade do órgão de contrair e expandir impede o paciente de respirar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) sustenta que todas as variedades de amianto causam câncer.
Fonte > Correio Braziliense