O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) está monitorando o que pode ser a aparição da única onça ‘branca’ já registrada no mundo.
Se trata de uma onça-parda ou suçuarana (Puma concolor) com uma mutação genética conhecida como leucismo, (quando a pelagem não possui melanina e fica branca, porém, os olhos do animal são pigmentados).
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Um felino com essas características já havia sido registrado por câmeras de monitoramento em 2013 no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, área preservada de Mata Atlântica que abrange a região de Teresópolis (RJ), a 60 quilômetros de Petrópolis. Tempos depois, em 2018, um artigo científico inclusive foi publicado a respeito.
Na época, a expectativa era reencontrar o felino para realizar pesquisas mais aprofundadas sobre a anomalia do animal, nunca registrada antes para uma onça-parda. Mas o felino nunca mais foi visto.
Recentemente, um morador da região do Kalembe, em Nogueira, distrito de Petrópolis, filmou um felino branco caçando em uma pedreira da região com todos os indícios de que se trata mais uma vez de uma onça-parda.
Cecilia Cronemberger, uma das autoras do artigo publicado em 2018 explica que não se sabe ainda se o leucismo na onça-parda é determinado por um ou mais genes. “Mas em geral esse tipo de característica (polimorfismo para cor) é controlado por muitos genes dominantes em alguns casos e recessivos em outros. Assim, um animal com essa anomalia pode sim gerar filhotes com esta característica, porém não é possível calcular a probabilidade de isso acontecer, até porque depende também dos genes dos parceiros”, detalha a pesquisadora do ICMBio.
A descoberta do leucismo na onça-parda abre caminho para estudos genéticos e evolutivos da coloração animal em populações naturais e aspectos de conservação.
Os pesquisadores não descartam a possibilidade da onça filmada ser a mesma encontrada em 2013, já que as onças utilizam uma extensa área para deslocamento.
O chefe do NGI ICMBio Serra Fluminense ainda orienta moradores que tenham animais domésticos mantenham esses animais presos. “Deixem-nos em áreas protegidas com telas, muro, de forma que esse animal não consiga entrar”, detalha.