Mercados do RJ limitam compras de leite, arroz e óleo de soja temendo desabastecimento.

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Mercados do RJ limitam compras de leite, arroz e óleo de soja temendo desabastecimento.

Nos últimos 12 meses, a cesta básica do brasileiro ficou 20% mais cara. Apesar de o aumento da cotação do arroz ser comum no segundo semestre do ano, em 2020 a elevação foi ainda mais significativa: a ProconsBrasil já registrou um reajuste de até 320% no preço do produto, com um saco de 5kg chegando a custar R$ 40 para o consumidor — o que gerou até memes nas redes sociais. Na última semana, a questão foi levada ao governo federal pela entidade de defesa do consumidor e pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que inclusive alertou sobre a possibilidade de desabastecimento nas gôndolas, se as condições persistirem. Em alguns estabelecimentos comerciais do Rio de Janeiro, limites para as compras por cliente já começaram a ser impostos.

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De forma geral, o motivo para a alta nos preços, segundo especialistas, é o desequilíbrio entre a oferta e a demanda dos itens e suas matérias-primas no mercado interno. Os produtores têm preferido exportar, motivados pela mudança na taxa de câmbio, que provocou a valorização do dólar frente ao real.

Por conta do risco de desabastecimento, a rede de supermercados e hipermercados Extra informou que “para um maior número de clientes se abastecer”, limitou a compra de 10 kg de arroz e 5 unidades de óleo de soja por cliente, por tempo indeterminado. O racionamento foi observado, por exemplo, na loja da Avenida Maxwell, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. A equipe de reportagem ainda encontrou limite para compra de 12 caixas de leite longa vida por cliente, na unidade da Avenida Maracanã, na Tijuca, na mesma região da cidade.

 O Prezunic também contou que “para garantir a disponibilidade destes itens e poder abastecer mais famílias”, além de buscar alternativas junto aos fornecedores, temporariamente limitou a compra de óleo de soja (5 unidades), arroz 1kg (10 unidades) e arroz 5kg (5 unidades) por cliente.

Quando o limite não é imposto, é o preço que vira uma barreira para o consumidor:

— Fui ontem ao mercado e não encontrei nenhuma marca de leite por menos de R$ 4,99. Um absurdo! Acabei comprando só cinco caixas. Meu plano era comprar 12, pois era para toda a família. Agora, vou ter que procurar em outros lugares ou esperar alguma promoção — reclama o designer Cícero de Souza, de 36 anos.

A advogada Graciele Antunes, de 36 anos, sentiu impacto em outros itens:

— Senti um aumento no preço da alcatra e do contrafilé. O açúcar também apresentou um aumento considerável, mesmo o de marca inferior.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), referentes ao varejo na cidade do Rio de Janeiro, em agosto deste ano na comparação com julho, ainda subiram de preço o óleo de soja (22,39%) e o feijão preto (0,82%).

Para a ProconsBrasil, a solução para garantir o acesso à cesta passa por uma ação contundente do governo.

— A gente acionou o governo federal para que acompanhe e monitore (a situação) e, de repente, estabeleça tetos de exportação, para garantir o abastecimento interno. E invista na agricultura familiar e nas cooperativas rurais, que não vão exportar, vão gerar empregos e ainda movimentar a economia regional — disse o presidente Filipe Vieira.

Fonte : Jornal Extra

Kadu Fontana
Kadu Fontana
Jornalista registrado no MTE desde 2014 , radialista, e proprietário do Portal RKF. www.instagram.com/kadufontana/

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