Quem não se lembra do filme “Sempre ao seu lado” estrelado pelo ator americano Richard Gere em 2009 ? O filme é um remake do original japonês de 1987 “Hachiko Monogatari” que conta a história de amor entre um cão da raça AKITA e seu dono. Nas duas versões quase o mesmo enredo ou seja : o dono saía de casa para trabalhar e o cachorro o seguia até uma estação de trem ou até seu trabalho, onde o esperava até o fim da tarde para voltarem juntos para casa. Isso acontecia até a morte do dono e o cão continuava por toda a vida indo até a estação para aguarda-lo em vão.
CASO REAL NO JAPÃO : O cão Hachiko existiu de verdade e nasceu no Japão em 1923 na província de Akita , sendo levado para Tókio pelo seu proprietário Hidesaburo Ueno, um professor da Universidade de Tókio que morreu em 25 de maio de 1925.
HISTÓRIA REAL OU LENDA URBANA EM SÃO JOÃO NEPOMUCENO ? : Uma história semelhante a essa é contada pelos mais idosos mas nunca se teve certeza de sua autenticidade. A reportagem do RKF se deslocou até o cemitério municipal de São João Nepomuceno , onde localizou no túmulo do Sr. Miguel Manzo , nascido na Itália em 1856 o busto de um cachorro esculpido em meio a grades de proteção. Abaixo uma inscrição : “DORME QUE EU VELO ” . Os moradores mais antigos na cidade , com mais de 80 anos insistem na versão de que o cachorro ali esculpido teria seguido o cortejo do enterro a pé até o cemitério e ficado ali naquele local , em frente ao túmulo até sua morte .
COINCIDÊNCIAS IMPRESSIONAM MAS …: Nossa reportagem conseguiu o contato com a Sra. Néa Manzo, neta do Sr. Miguel, de 94 anos e seu filho Oswaldo Furtado ambos residindo hoje na cidade de Juiz de Fora . Dona Néa disse não se recordar desta história e nem que o antepassado Sr. Miguel , tivesse possuído qualquer animal de estimação. Já o Sr. Oswaldo também confirmou não ter ciência deste fato apesar de já ter ouvido falar sobre isso. Disse que o busto do cachorro veio da Itália , esculpido em mármore de Carrara e foi uma homenagem de sua bisavó e familiares ao bisavô morto. A expressão Dorme que eu velo já teria vindo sido gravada desde a Itália.
Uma grande coincidência é na data do ocorrido . O professor japonês faleceu em 25 de maio de 1925 e o italiano em 08 de maio de 1926 ou seja: as histórias são separadas por pouco menos de 01 ano.
HISTÓRIA REAL OU NÃO, FICA O REGISTRO E A DÚVIDA PERSISTE. CADA UM PODERÁ TIRAR SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES.SÓ SE SABE QUE QUASE 100 ANOS DEPOIS , O CACHORRO CONTINUA LÁ E MESMO QUE ELE NÃO TENHA EXISTIDO DE FATO COMO O “HACHI” JAPONÊS, ESTA HISTÓRIA SE TRANSFORMOU NUMA LENDA URBANA EM SÃO JOÃO NEPOMUCENO. DIFÍCIL CONVENCER OS VOVÔS E VOVÓS QUE NÃO SEJA VERDADE. O AMOR ENTRE O HOMEM E O ANIMAL, QUE EXTRAPOLA O NOSSO CONHECIMENTO. VERDADE E FICÇÃO SE MISTURAM E SE PERPETUAM NO IMAGINÁRIO POPULAR…
IMAGENS DO TÚMULO EM SÃO JOÃO NEPOMUCENO AUTORIZADAS PELA SRA. NÉA MANZO NETA DO SR MIGUEL MANZO .